Se têm duas bocas podem se beijar!
Educanda: Nada contra o casamento, mas eu não iria [ao casamento homoafetivo] porque a minha família foi criada de uma forma tradicional. Um casal é um pai e uma mãe. Agora, se eu quero namorar, namoro um menino. Se ele quer namorar, namore uma menina. Eu não iria. Não tenho nada contra, mas se tiver se agarrando na minha frente.
Educando: Eu acho que se têm duas bocas, podem se beijar.
Educanda: Professora, ele falou assim, ó: ‘Têm duas bocas podem beijar’. Claro que pode, mas que vá se beijar no seu canto, não pra eu ficar olhando [...].
Educando: Meu irmão é homossexual. Normal, minha família aceita, todo mundo aceita. Mas, tipo, no caso dela, ela foi criada nessa cultura. Mas ela pode mudar essa cultura. O ser humano não é limitado, você pode mudar.
Educanda: Eu não vejo meu pai, tipo, nossa, meu pai é o homem das cavernas. Eu não quero mudar, eu não me vejo beijando na boca de outra mulher.
Educando: Mas se você não pode mudar sua opinião, você não pode mudar mais nada. (Gritos, aplausos). Eu acho, assim, que se duas meninas se gostam elas têm todo direito de ficar. Não é porque a sociedade diz que tem que ser homem com mulher. Eu acho que quando duas pessoas se gostam realmente não importa.
Diálogo entre educandos(as) do Ensino Médio – manhã.
Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strosak – Rio Bonito do Iguaçu – Paraná.
Workshop: 28 de abril de 2016.
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