Rompendo com as práticas sexistas
Eu moro com minha avó e meu avô agora. Na verdade, meu avô é bem machista, mas ele fala que ele não é. Esses dias a gente foi viajar, passar na casa dos meus pais, daí estava minha mãe, minha tia, todas sentadas no sofá e meu pai fazendo a janta. Daí meu avô: ‘Nossa, meu filho, não vim para cá para você ficar na cozinha e a mulherada no sofá? Eu não te ensinei isto’. Daí minha avó: ‘Eu que ensinei. E eu estou tendo orgulho de ver ele fazendo isso agora, porque a mulher dele cuida da filha e de outra criança também, enquanto trabalha o dia inteiro dentro de casa. Ele estava de folga hoje e tenho orgulho do meu filho estar fazendo a janta’. Minha avó é meio fechada. Ela tinha que fazer tudo. No começo ela fazia, mas depois que eu comecei a dialogar com ela sobre essas coisas, daí ela mudou com a mente dela. Eu já percebi que ela começou a mudar quando ela disse: eu ensinei, eu tenho orgulho de ter ensinado o meu filho a cozinhar.
Depoimento de educanda do Ensino Médio – noite.
Colégio Estadual do Campo Contestado – Lapa – Paraná.
Workshop: 16 de março de 2016.
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