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Landless Voices II

Irmandade

Pra você vê como eu sofri pra ir lá [no assentamento] transformada em Drag Queen. Foi muito doloroso pra mim, muito doloroso, mas superei, né.  [...] Nós, do coletivo LGBT Sem Terra vamos acompanhando. O grupo que estava lá tem duas pessoas, e duas semanas antes do encontro tinham tentado suicídio e a gente está acompanhando essas pessoas. Tem que tentar se aproximar como amigo. Os professores têm que ter a responsabilidade de cuidar porque a probabilidade de cometer suicídio é muito grande. A igreja mandando para o inferno; minha família me expulsando de casa; e, o que esses malditos vizinhos vão falar se descobrir que eu sou isso? Quando eu tentei suicídio era isso que vinha na minha cabeça.

Eu era uma pessoa muito religiosa, me tranquei no seminário pra tentar me curar, mas não deu certo. Saí do seminário. Depois de um tempo voltei para casa. Minha mãe faleceu depois e aí meu pilar caiu. Não aguentei e tentei suicídio. Mas, não fiquei com nenhuma sequela. [...] Nós da equipe, se precisar vamos até onde a pessoa está, pra não deixar acontecer com nenhum dos nossos da irmandade, como a gente se chama.

Lá nós pensamos assim. Somos todos seres humanos e um cuida do outro, sendo LGBT ou não. "O patriarcado destrói, o capitalismo faz guerra, o sangue LGBT também é sangue Sem Terra".

 

Depoimento de um educador da escola do campo.

Seminário: 24 a 26 de novembro de 2016.

© Vozes Sem Terra II

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